PERFIL - MICHAEL JACKSON
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Nome completo: Michael Joseph Jackson Início da carreira musical: em 1962, quando tinha apenas 5 anos, ao lado dos irmãos: Jackie, Jermaine, Tito, Marlon e Michael, no grupo Jackson's Five Carreira-solo: Michael começou a cantar sozinho em 1970, mas ainda em apresentações paralelas aos Jackson's Five Do auge à decadência: "Thriller", álbum de 1981, foi o mais vendido da história, com 41 milhões de cópias. "Invisible", de 2001, vendeu apenas 2,1 milhões de exemplares. |
Talvez não haja na história do showbizz mundial um caso de ascensão e queda tão grande quanto o que ocorre com a carreira de Michael Jackson há alguns anos. De "Rei do Pop", o cantor passou a ser considerado personalidade excêntrica, artista de temperamento inconstante e, recentemente, um fracasso de vendas. Isso sem mencionar os escândalos envolvendo Jackson e os menores que passavam temporadas em sua propriedade, o rancho Neverland.
Muitos especialistas em celebridades e até mesmo fãs descontentes com as excentricidades do cantor procuram respostas para explicar o que move Jackson atualmente. As constantes plásticas que alteraram profundamente as linhas de seu rosto, o endividamento de sua fortuna, gasta com frivolidades e caprichos e a queda na qualidade musical de seus trabalhos recentes são apenas uma parte da derrocada do astro. Para alguns, tudo isso tem raízes na infância pobre de Michael e na figura autoritária de seu pai. Mas a pergunta ainda persiste: qual é a razão para a estrela de Jackson cair tão vertiginosamente, já que talento não lhe falta?
A infância
Foto: AP
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Michael Jackson aos 13 anos |
Joe Jackson era pai de nove crianças: Jackie, Tito, Marlon, Jermaine, Maureen, La Toya, Janet, Randy e Michael - uma família grande e pobre. Joseph trabalhava como operário e nas horas vagas tentava carreira musical em vários grupos, sem sucesso. No entanto, não demorou para ele notar a aptidão dos filhos para a música. Quando Michael tinha 5 anos, passou a integrar, junto com Jackie, Tito, Marlon, Jermaine o grupo Jackson's Five. O quinteto demorou alguns anos para conseguir espaço no meio musical, o que só aconteceu no final da década de 60, quando Barry Gordy, dono da gravadora Motown (especializada em divulgar artistas negros norte-americanos como Diana Ross, The Supremes, The Temptations e Stevie Wonder), deu espaço para a banda. Nessa epoca estoura o primeiro sucesso dos Jackson's Five, a canção "I want you back", de 1969. Aos 13 anos, os Jackson já colecionavam outros hits - "Got To Be There", Rockin Robin" e "Ben".
Michael se destacava dos irmãos facilmente. Era o mais afinado e tinha um talento natural para dançar. Mesmo sendo o caçula do grupo, era ele o líder dos Jackson's. Por este motivo, um ano depois, o cantor decidiu começar carreira-solo, paralelamente aos trabalhos com os irmãos. Começava aí a tentativa de Michael em fugir do controle exagerado do pai, que impedia os garotos de terem uma infância normal, pressionando e exigindo total dedicação à carreira artística. Acredita-se também que Joe batia nos filhos ou lhes impunha castigos exagerados.
Michael voa sozinho:#
Capa do álbum Off The Wall
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A carreira-solo só começa a decolar em 1979, quando o cantor já havia conseguido derrubar a imagem de menino-prodígio que o acompanhara até a adolescência e, sustentando um estilo próprio, coloca o álbum Off The Wall
(produzido por Quincy Jones) nas paradas de sucesso. A faixa-título, "Rock With You" e a canção "Don´t Stop 'Till You Get Enough" foram as principais responsáveis pela ascensão do disco. O álbum vendeu 11 milhões de cópias.
Thriller - O álbum do século
A parceria Michael Jackson e Quincy Jones mostrou toda sua potência musical em Thriller. Nem as previsões mais otimistas poderiam imaginar quase 50 milhões de cópias vendidas do álbum, 8 prêmios Grammy, 7 American Music Award, 37 semanas na primeira posição dos discos mais vendidos nos Estados Unidos e incareditáveis 2 anos tocando nas rádios seguidamente.
Jackson inovou em muitos aspectos o mundo da música com Thriller. O primeiro deles inclui a questão do clipe musical. A faixa-título ganhou apresentação em vídeo que tinha efeitos especiais, coreografia e seguia um roteiro. O clipe de "Thriller" ficou marcado na história como o precursor do gênero e ajudou a aumentar o espaço de artistas negros na MTV - canal que dava seus primeiros passos.
Outra característica marcante de Thriller foi a mistura ousada de ritmos como o rock, pop e rhythm and blues. Apesar de coeso, o álbum traz faixas com personalidade própria, capazes de se tornarem hits facilmente. Nomes importantes também participaram da feitura do CD; na canção "The Girl Is Mine", por exemplo, Jackson cantou em dueto com Paul MacCartney. Em "Beat In", os riffs e o solo eletrizante de guitarra são obra de Eddie Van Halen.
Foto: Reprodução
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Cenas do videoclipe "Thriller", de 1982
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Lançado em 1982, o disco deixou sucessos como "The Girl Is Mine", "Billie Jean", "Beat It", "Wanna Be Startin' Something", "Human Nature", "P.Y.T.(Pretty Young Thing" e, claro "Thriller". Além disso, foi em decorrência deste projeto que nasceu o clássico passo "Moonwalker", marca registrada do cantor quando se apresenta até hoje. Jackson estava em sua fase áurea e era o nome mais importante da música negra mundial e o astro de maior destaque do começo da década de 80.
A década de 80
Os anos 80 foram férteis para Michael Jackson mostrar todo seu talento. Em 1985 ele era o principal nome da campanha mundial contra a fome na Etiópia, comandada por cantores e atores americanos. O projeto USA for Africa contou com a participação de Lionel Ritchie, Steve Wonder, Bruce Springsteen, Tina Turner, Cindy Lauper, Billie Joel, só para citar alguns nomes. O single "We Are The World" tinha co-autoria de Jackson e foi sucesso total de vendas.
Foto: Reprodução
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Capa do álbum Bad
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O status de celebridade internacional conquistado por Michael colocou-o no na mira dos holofotes também fora dos palcos. Foi nesta época que a vida pessoal do cantor começou a ser notícia. Chamava atenção principalmente suas mudanças no rosto, fruto de plásticas realizadas no nariz e na área dos olhos, e o clareamento de sua pele. Boatos de que Jackson vivia em uma espécie de câmara hiperbárica ou de que fazia tratamento para ficar "branco" ocupavam a mídia. Foi nesse momento de sua carreira que Jackson começou a aprofundar seu comportamento excêntrico, isolando-se do mundo no recém-comprado rancho Neverland.
Em 1987 o cantor lança novo trabalho - é a vez do álbum Bad, que vendeu mais de 25 milhões de cópias. Acompanhado de vários videoclipes para promover as músicas, o disco foi bem-recebido pelos fãs (quer a esta altura já eram uma legião). Novos hits se seguiram, com as faixas "I Just Can't Stop Loving You", "Bad", "The Way You Make me Feel","Man In The Mirror" e "Dirty Diana". As batidas eram urbanas e misturavam guitarras elétricas com um jazz-funk suave. Nas letras, surgiam os primeiros desabafos do cantor com relação à exposição decorrente de seu sucesso. O livro autobiográfico Moonwalker, lançado no mesmo ano, procurou aplacar a curiosidade da imprensa e do público com relação à vida do astro, mas o resultado não foi o esperado.
Black or white?
Foto: Reprodução
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Cena do videoclipe "Black or white"
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Michael Jackson entra nos anos 90 em meio a muita polêmica quando o assunto era a sua vida pessoal. Muitas plásticas depois, seu rosto já não lembrava mais a descendência negra; a pele estava alvíssima e as esquistices do astro ultrapassavam a barreira da excentricidade saudável.
Em 1991 ele lança outro álbum - Dangerous, levado para as paradas de sucesso pelo hit "Black or White", uma resposta direta ao que se comentava ou escrevia sobre o clareamento de sua pele. Jackson tentou esclarecer a curisidade do público revelando que era portador de uma doença - o vitiligo - e por conta do tratamento, sua pele estava perdendo a cor negra.
"Dangerous" foi o projeto que maior injeção de marketing por parte da gravadora de Jackson. Não se repetiu o efeito "Thriller", mas a faixa título converteu-se no single de mais rápida ascensão no ranking da revista Billboard. Seu vídeoclipe foi o mais caro da carreira do astro. Ao todo, "Dangerous" vendeu 21 milhões de cópias.
O ano de 1993 marca o primeiro caso de pedofilia envolvendo Jackson. Um processo judicial acusava o cantor de ter abusado sexualmente de Jordan Chandler, um garoto de 13 anos de idade. Os advogados de defesa do cantor propõem um acordo de 20 milhões de dólares com a família e o caso é arquivado. No entanto, o episódio mancha a imagem do astro de forma irrecuperável.
No mesmo ano, ele dá uma entrevista para o programa da apresentadora Oprah Winfrey, revelando particularidades de sua vida pessoal, como o casos do vitiligo. No ano seguinte, Michael se casa com a filha de Elvis Presley - Lisa Marie, de 26 anos. A união de dois dos maiores "genes" musicais de todos os tempos se torna um acontecimento mundial. A fortuna de um possível herdeiro do casal ultrapassaria os 100 milhões de dólares.
Lisa Marie Presley aparece ao lado do marido em público e também parficipa de um videoclipe com Jackson, no qual os dois aparecem em cenas sensuais. A boataria em torno da união, no entanto, afirma que o casamento era uma "conveniência" e não passaria de um golpe publicitário para promover a carreira dos artistas. Verdade ou mentira, fato é que dois anos depois, o casal se divorciou.
Em 1995, Jackson lança mais um álbum, History, um CD duplo em comemoração a sua carreira. Antigos sucessos e canções mais recentes se misturam e o primeiro single do disco - 'Scream' - é cantado em dueto com a irmã, Janet Jackson. History vendeu 15 milhões de cópias no mundo todo.
Fotos: AP |
Foto: Reprodução
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Jackson em apresentação do álbum History | O cantor ao lado da apresentadora Oprah Winfrey, a quem concedeu uma entrevista exclusiva falando sobre sua vida pessoal |
Jackson é pai
Em 1996 os fãs são pegos de surpresa pelo segundo casamento do astro pop. Deborah Rove, de 37 anos, enfermeira da dermatologista do cantor é a escolhida em uma união que gerou dois filhos: Prince Michael Jr. (nascido em 1997) e Paris Michael Katherine (nascida no ano seguinte). Como era de se esperar, a relação dos dois não dura e, em 1999, Michael Jackson obtém a guarda dos filhos na Justiça.
A esta altura, Michael já está envolvido em inúmeros escândalos sobre sua possível relação com os garotos que frequentavam Neverland à convite do cantor. Sua imagem pública piora também por causa das atitudes esquisitas flagradas por câmeras. Os filhos do cantor vivem isolados do mundo e quando aparecem em público usam máscaras para cobrir o rosto.
O terceiro herdeiro de Jackson nasce em 2001. Prince Michael II não é fruto de nenhum envolvimento amoroso do cantor; a mãe da criança é desconhecida. O bebê ficou famoso por ser literalmente "chacoalhado" pelo pai, já janela de um hotel em Berlim, diante da imprensa que esperava por um aceno de Jackson.
#Q:Em franca decadência:#
Em 2001, Invisible é lançado no mercado. O projeto é considerado um fiasco se comparado aos seus antecessores - vendeu 2,1 milhões de cópias. Sem hits de grande impacto e com a imagem profundamente arranhada diante do público, Jackson vê sua carreira entrar em franca decadência. Isolado em Neverland, o astro pop continua a ser alvo de processos sobre pedofilia, mantém as atitudes extravagantes e se isola dos fãs que restaram.
Fotos: AP | |
Cópia do documento feito na delegacia em que Michael Jackson foi preso, em Santa Mônica | Fãs fazem vigília na porta do rancho Neverland, à espera da absolvição do cantor |
Bombardeado pela mídia, Jackson concede uma entrevista ao jornalista inglês Martin Bashir, em 2003. As declarações fazem parte do documentário Living with Michael Jackson, exibido pelo canal ITV. Ao invés de melhorar sua situação perante a opinião pública, o cantor acaba se condenando ainda mais ao declarar que não há mal nenhum em dormir na mesma cama que uma criança. Jackson confessa que costuma dormir ao lado de seus convidados em Neverland; ao seu lado durante a declaração (e quase toda a entrevista), está um menino de 13 anos.
O programa causa uma polêmica maior do que o esperado, por causa do conteúdo dito por Jackson. No mesmo ano, ele é alvo de uma investigação policial que revista Neverland em busca de provas que comprovassem o perfil pedófilo do astro. Em 20 de novembro de 2003, Jackson é algemado e preso em uma delegacia de Santa Bárbara por uma hora. Libertado sob fiança, recebe a notícia de que, desta vez, as acusações irão levá-lo ao tribunal.
Foto: AP
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Abuso sexual de menores e outras nove acusações pesavam contra ele na Justiça americana. O processo movido por um garoto de 13 anos começa em 31 de janeiro de 2005. Michael Jackson alega inocência do primeiro ao último dia de julgamento. Se condenado, poderia passar 20 anos na cadeia. No entanto, quase cinco meses depois, em 13 de junho, os jurados responsáveis por dar o veredicto do caso decretam que o cantor é inocente de todas as acusações.
Os flashes e câmeras de TV que quase transformaram o julgamento em um show transmitem a comportada comemoração pela vitória feita pelo astro do lado de fora do trubunal, cercado por uma multidão de fãs. Se a liberdade de Michael Jackson saiu ilesa de mais um escândalo, o mesmo não se pode dizer de sua carreira. O trono de "Rei do Pop" está vago novamente.
Michael Jackson é e sempre será o Rei do Pop
Sempre estará nos nossos corações. Ele é muito
mais que um ídolo, é mais que um ser vivo, é um
algo amais para todos nós. Isso é irrenegável!